sexta-feira, 15 de julho de 2011


quarta-feira, 30 de junho de 2010

quinta-feira, 23 de julho de 2009










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TÃO BOA QUE NÃO DA PARA EXPLICAR ...BOA E UNGIDA É AINDA MENHOR.

Falar sobre a natureza daquilo que se constitui como música, ou mais especificamente, do que é a
música é uma atividade extremamente sedutora. Essa sedução tem um duplo sentido: por um lado, a
música se constitui numa das mais ricas e difundidas atividades culturais da sociedade atual, enquanto
que, por outro, ela conserva um caráter de abstração que resiste a qualquer definição fechada ou
precisa. Quer dizer, embora estejamos o tempo todo imersos num mundo povoado por músicas de
todos os estilos , a nossa relação com a música é algo extremamente difícil de ser formalizado e cuja
compreensão se dá na esfera do sensível e do intuitivo. Desvendar de modo formal a natureza da
música se constitui, portanto, como um desafio e uma necessidade dada a presença marcante que ela
ocupa em todos os momentos da vida moderna, incluíndo aí as situações de lazer, de pesquisa, de
criação, expiração , de relacionamento social e até mesmo em contextos aparentemente mais desligados de sua
natureza artística, como na medicina e nas práticas terapêuticas.

Nos parece entretanto que tentar decifrar o que é a música nada mais resultaria do que no exercício de
criar uma armadilha na qual aprenderíamos apenas uma parte de nossa questão. Qualquer definição de
música representaria, quando muito, a definição de uma música em particular, ou ainda, apenas o
ponto de visita restrito e particular sobre o assunto. A validade dessa busca por algo que não cabe
dentro de definições estanques é questionável na medida em que a música se apresenta como estrutura
dinâmica e viva que se reconfigura dentro de suas práticas, dentro da criação e da escuta e como tal
deve ser percebida como algo vivo, em constate mutação e que se atualiza a cada momento de sua
realização: "ninguém pode dizer o que é música, a não ser por proposições normativas, porque
"música em si" é de fato algo não demonstrável e sua prática não é nem arbitrária nem baseada em
fundações físicas ou metafísicas" (Vaggione, 2001: 55). Ao contrário, embora possamos falar de
música com muita propriedade, esse discurso não se baseia necessariamente em dados precisos ou
formalizáveis, embora possam ser objetivos e não-arbitrários.

eca.usp.br